COLEÇÃO DA FUNDAÇÃO ILÍDIO PINHO
O Eng. Ilidio Pinho começou a sua coleção, a título particular, com uma cuidada e continuada atenção ao contexto da arte portuguesa do século XX. A criação da Fundação Ilídio Pinho, em 2000, para “manter viva a memória do seu filho, Ilídio Pedro”, ditaria a integração do acervo particular nessa entidade e a sua futura ampliação.
A partir de 2006, a coleção beneficiou da incorporação sistemática de um significativo núcleo de obras representativas de um período alargado, entre os anos sessenta do século XX até aos nossos dias.
As obras foram adquiridas, na sua maioria, em situação de apoio a jovens artistas para a concretização de projetos específicos, como a edição de livros de autor, residências artísticas no estrangeiro ou a produção de obras, catálogos ou exposições.
AULA DO VISÍVEL
No contexto institucional relativo à arte moderna e contemporânea, Portugal assistiu, nas últimas três décadas, a um extraordinário salto quantitativo e qualitativo, nomeadamente com a crescente profissionalização de todos os agentes do setor e com a densificação da sua rede de espaços museológicos e de difusão material e digital. Não deixa de ser espantoso, contudo, que não exista nenhum local onde, em permanência, se possa contemplar um percurso da nossa arte dos séculos XX e XXI.
Aula do Visível constitui-se como uma oportunidade singular para acompanharmos mais de um século da produção artística nacional mediante a escolha de um importante núcleo da coleção da Fundação Ilídio Pinho. Com mais de cento e vinte trabalhos que cobrem um período que vai de 1880 a 2024, a exposição revela a qualidade de uma das mais significativas coleções exclusivamente dedicadas à arte portuguesa do nosso País.
A presença de cinco obras de Amadeo de Souza-Cardoso e dez de Vieira da Silva bastaria, certamente, para justificar uma visita, mas são muitas mais as obras que a exposição revela, e que raramente se encontram acessíveis ao público.
Para além de referências da nossa modernidade (Mário Eloy, Almada Negreiros, Sarah Affonso, Júlio Resende, Nadir Afonso, Mily Possoz…), destacam-se presenças pioneiras no contexto da autorrepresentação fotográfica (Helena Almeida e Júlia Ventura), autores onde o erotismo ganha uma espessura política (Maria Beatriz e Júlio Pomar), referências na arte abstrata (Ângelo de Sousa, Eduardo Batarda, Jorge Martins…), visionários com uma tendência alegórica ou simbólica (Paula Rego, Álvaro Lapa, António Sena, Eduardo Luiz, João Tabarra…).
Refira-se, num segmento mais contemporâneo, o importante núcleo dedicado à fotografia (Luís Palma, Nuno Cera, Paulo Catrica, Carlos Lobo, André Cepeda e Edgar Martins), as novas gerações na pintura (Sónia Almeida, José Almeida Pereira, João Marçal, Roger Paulino, Osias André), alguns apontamentos escultóricos (Rui Sanches, Francisco Tropa, Susanne Themlitz, Miguel Palma, Miguel Ângelo Rocha) e ainda a presença de autores que foram apoiados pela Fundação e que têm tido amplo reconhecimento internacional (Pedro Barateiro, Carlos Bunga, João Maria Gusmão e Pedro Paiva).
Todos os trabalhos aqui expostos possuem uma qualidade museológica indiscutível. As reverberações dos diálogos agora estabelecidos apontam para uma leitura por vezes inesperada de linhas de continuidade e rutura que se cruzam em inédita coabitação: uma Aula do Visível, portanto.
A exposição pode ser visitada até dia 31 de maio de 2025, de segunda-feira a sábado das 10h00 às 17h30. A entrada é livre.





Clipping:
U.Porto: Edifício Abel Salazar acolhe exposição da Fundação Ilídio Pinho
Jornal Notícias: https://www.jn.pt/7158306411/centenas-de-obras-de-arte-portuguesa-em-exposicao-gratuita-na-universidade-do-porto/
Diário de Notícias: https://www.dn.pt/cultura/exposi%C3%A7%C3%A3o-aula-do-vis%C3%ADvel-mostra-145-anos-de-arte-portuguesa-na-universidade-do-porto
Agenda Porto: https://www.agenda-porto.pt/evento/exposicao-aula-do-visivel
Time Out: https://www.timeout.pt/porto/pt/arte/exposicao-aula-do-visivel